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Visita a Eldorado: Arquivistas da UT marcaram presença no Encontro Anual das Comunidades Negras Tradicionais do Vale do Ribeira

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Uma das parcerias resultantes do projeto “Criando uma Comunidade Arquivística Pós-Custodial Latino-Americana”, financiado pela LLILAS Benson Mellon, incluiu uma colaboração intensa com a EAACONE, Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras do Vale do Ribeira, entidade localizada no município de Eldorado, Estado de São Paulo, no Brasil.  

Um círculo de mulheres negras de várias idades dança num espaço com paredes de bloco de concreto. A maioria delas usa blusa branca. Algumas usam chapéu de palha, outras, saias coloridas.
Mulheres e jovens de Quilombo Sapatu dançam “Nha Muruca” no Encontrão

O Repositório Latino-Americano de Iniciativas Digitais contém uma coleção de trabalhos digitalizados e metadados do acervo da EAACON, disponíveis em três idiomas. A colaboração LLILAS-Benson consistiu, em parte, de um programa de capacitação em digitalização e metadados para a equipe da EAACONE, assim como recursos financeiros para comprar equipamentos e pagar os salários dos colaboradores arquivistas da comunidade quilombola. Foram ainda disponibilizados recursos para cobrir a criação de uma exposição itinerante com a finalidade de apresentar para jovens estudantes de escolas e outros membros da comunidade não só o acervo completo como também a história da EAACONE e do MOAB.  

Três pessoas conversam de pé na frente de uma cerca onde estão penduradas cartaz que falam sobre o acervo de EAACONE.
Advogados Fernando Prioste (Instituto Socioambiental, ISA) e Rafaela Santos (EAACONE) com Letícia de França (EAACONE

O acervo da EAACONE, intitulado Quilombos do Vale do Ribeira, consiste de trabalhos compilados durante os 25 anos de existência da EAACONE e os 35 anos de existência do MOAB (Movimento dos Ameaçados por Barragens). O MOAB é um movimento de base dedicado a protestar contra a construção de represas hidroelétricas com impactos negativos nas comunidades e no meio-ambiente do Vale do Ribeira. As peças do acervo são datadas de 1955 até o final da década de 1990.  

Diversos integrantes da equipe arquivística da LLILAS Benson visitaram Eldorado durante os anos dessa colaboração. As visitas mais recentes foram de Ryan Lynch (Chefe de Coleções Especiais e Arquivista Sênior) e Rachel E. Winston (Arquivista da Diáspora Negra) que participaram do XXVIII Encontro das Comunidades Negras do Vale do Ribeira, também chamado de Encontrão, em 18 de novembro de 2023. Esse evento contou com trabalhos dos acervos da EAACONE exibidos em mesas, assim como painéis em vinil que integraram a exposição itinerante sobre acervos e história das comunidades negras da região.  

Uma mulher negra coloca materiais como páginas de jornal, álbuns de fotos, papeis e pastas sobre uma mesa. Junto com ela, outra mulher negra e um homem negro.
Tânia Morais, Letícia de França e Andrey Pupo organizam uma exibição de materiais do acervo de EAACONE

“Participar do Encontrão me ajudou a contextualizar o trabalho que a EAACONE realiza com as comunidades quilombolas”, relatou Ryan. “Observar os residentes das diversas comunidades, como eles se percebem e percebem seus amigos e parentes, tudo refletido nos documentos, foi uma reflexão regeneradora que me fez revalorizar a importância do nosso trabalho como arquivistas e entidades pós-custodiais parceiras. Muitos dos participantes do evento já haviam feito história e continuam fazendo história. Graças a essa grant da Mellon, a história dessa gente se torna disponível não apenas para eles mesmos e seus descendentes mas também para os jovens estudantes de ensino fundamental e médio, pesquisadores e ativistas em outras comunidades negras das Américas”.  

Um cartaz de vinil pendurado numa cerca. O texto fala sobre Encontros de Mulheres no acervo da EAACONE e mostra fotos tomadas nesses encontros. Em baixo, menciona o apoio de LLILAS Benson.
A exposição de EAACONE será utilizada em escolas e eventos especiais. Os materiais foram digitalizados em colaboração com LLILAS Benson no projeto Mellon.

A colaboração da LLILAS Benson foi incluída no evento por meio da utilização do logotipo LLILAS Benson nos materiais expositivos e Ryan observou que ela também foi mencionada diversas vezes pelos palestrantes. Ele e Rachel foram apresentados como VIPs na abertura dos trabalhos e Ryan foi convidado pelos organizadores para dizer algumas palavras a todos reunidos, o que ele fez de improviso.   

“Tenho uma ótima expectativa para explorarmos parcerias futuras que nos permitam continuar a desempenhar um papel significativo nessa documentação tão importante e nesse intercâmbio de conhecimentos e experiências”, observou ele.  

Muitas pessoas estão sentadas em filas e em cadeiras de plástico brancas, num auditório com paredes de bloco de concreto e teto alto. Na frente, um homem com barba e cabelo escuro, camisa branca e calça preta segura o microfone e fala às pessoas reunidas. Na parede tem vários cartaz que falam sobre EAACONE, MOAB e as comunidades quilombolas.
Arquivista Ryan Lynch compartilha saudações de LLILAS Benson e fala sobre a colaboração com EAACONE.

Como Arquivista para a Diáspora Negra, Rachel tem um histórico de visitas a entidades pós-custodiais parceiras na América Latina. Tanto ela quanto Ryan já haviam visitado Eldorado antes. “Essa reconexão com os colegas EAACONE ao vivo e agora a oportunidade de conhecer outros membros da comunidade (encontros documentados e representados na coleção EAACONE) foi incrível”, disse ela.

Três homens negros cantam juntos num círculo. O homem do lado direita toca violão. Na parede dá pra ver um cartaz que fala sobre a MOAB, grupo histórico que defendeu o Vale do Ribeira contra projetos de barragens.
Da esquerda: Noel Castelo, Rodrigo Marinho Rodrigues da Silva e José Rodrigues da Silva cantam após o fechamento do Encontrão

“Fazer parte desse projeto e dessa parceria com a EAACONE do início até o fim tem sido um marco importante da minha carreira na Benson,” adicionou Winston. “O fato de estar fisicamente no local destaca a importância do trabalho e o valoriza mais ainda. A EAACONE tem sido desde o início e continua a ser parte importante do Vale do Ribeira.  O impacto do trabalho deles é amplificado pela nossa colaboração e pelo trabalho que nós fazemos para preservar seus acervos. Ver ao vivo as peças e trabalhos da EAACONE nos locais onde eles foram criados, utilizados e visualizados pelos membros da comunidade ali representados, e estar presente comunitariamente com eles e elas, é uma experiência marcante e nos faz re-avaliar o poder da práxis arquivística pós-custodial”. 

Grandes letras amarelas instaladas numa grama verde falam "Eu Amo Eldorado." Em vez da palavra "amo" tem um coração vermelho.
Fora da estação de ônibus, Eldorado.

Bordados testimoniales de refugiados de la Guerra Civil Salvadoreña accesibles en línea

Por Albert A. Palacios, Coordinador de Escolaridad Digital de LLILAS Benson

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Durante el verano, LLILAS Benson y el Museo de la Palabra y la Imagen (MUPI) en El Salvador agregaron otra iniciativa digital a su portfolio de colaboración. Desde 2012, las dos instituciones han trabajado juntos para digitalizar archivos relacionados a la Guerra Civil Salvadoreña (1980–1992), gracias al generoso apoyo de la Fundación Andrew W. Mellon. Continuando estos esfuerzos, esta nueva iniciativa también exploró el potencial de las humanidades digitales para destacar una de las colecciones más impresionantes de MUPI: los bordados testimoniales de refugiados salvadoreños.

Bordado que conmemora un campamento de refugiados y las personas y actividades asociadas con el lugar.

Los testimonios sobre la violación de derechos humanos se presentan en diferentes formas, y el fundador y actual director de MUPI, Carlos “Santiago” Henríquez Consalvi, ha procurado preservar la diversidad. Poco después de la firma de los Acuerdos de Paz de Chapultepec en 1992 que pusieron fin a la Guerra Civil Salvadoreña, Santiago dirigió una campaña para rescatar el patrimonio cultural creado antes, durante y después del conflicto armado. Esto ha incluido propaganda política, publicaciones y las grabaciones de la estación de Radio Venceremos. Desde su fundación formal en 1999, MUPI ha continuado esta preservación y ha expandido su enfoque para incluir varios temas sobre la cultura e historia salvadoreña.

La colección que ha crecido más recientemente, y el enfoque de esta nueva iniciativa, consiste de bordados testimoniales creados por campesinas salvadoreñas refugiadas en Honduras durante la guerra civil. Estas piezas fueron creadas para comunicar al mundo las experiencias vividas de los refugiados, y muchos de los textiles se enviaron a grupos y organizaciones de solidaridad en Europa y Canadá para ello. Gracias a una campaña internacional reciente, más de veinte obras han sido repatriadas y enviadas a MUPI. A través de talleres en las comunidades rurales de El Salvador, MUPI ha renovado el aprecio por esta tradición cultural, promoviendo el arte y los esfuerzos de repatriación a través de una exposición titulada Bordadoras de Memoria en la capital.

Ahora que los bordados están volviendo a casa, MUPI está utilizando tecnologías digitales para continuar el trabajo de abogar por los derechos humanos que estas mujeres comenzaron en la década de los 1980s. Para alcanzar y educar a un público más amplio e internacional, específicamente jóvenes descendientes de salvadoreños en los Estados Unidos, el Museo trabajó con el personal de Estudios Digitales en LLILAS Benson (LBDS) para recrear Bordadoras de Memoria en línea. En junio, el equipo de LBDS viajó a San Salvador y capacitó al diseñador gráfico de MUPI, Pedro Durán, en el uso de la plataforma Omeka para que pudiera reconcebir la exhibición digitalmente, utilizando fotografías preliminares de los bordados. El equipo también aprovechó la oportunidad para hablar sobre otras herramientas de código abierto que el personal de MUPI puede usar en su trabajo con jóvenes locales.

Proceso de fotografía y reproducción digital de un bordado.

La visita también lanzó otro proyecto archivístico pos-custodial para ambas instituciones. Dado el tamaño de algunas obras (la pieza que se muestra arriba es más de 2.5 metros de largo), el proyecto requirió un flujo de trabajo completamente diferente en la digitalización y entrenamiento en nuevos equipos. Capacitados por el personal de archivos pos-custodiales (PC) de la Colección Latinoamericana Benson, el equipo de LBDS trabajó con el personal de MUPI para iniciar la digitalización y la descripción archivística de los bordados. El equipo de PC espera incorporar la colección al portal Latin American Digital Initiatives a finales de este año, así que estense atentos.

Miembros del equipo de Iniciativas Digitales de LLILAS Benson trabajan con personal del Museu de la Palabra y la Imagen en San Salvador, El Salvador.

Para aprender más sobre este proyecto, los invitamos a ver el especial de Retratos producido por FocosTV. Para obtener mayor información sobre el Museo de la Palabra y la Imagen, visite su sitio web https://museo.com.sv/. Explore las colecciones digitales de MUPI y de otros colaboradores por el portal Latin American Digital Initiatives de LLILAS Benson.

Participantes del proyecto:

  • Museo de la Palabra y la Imagen
    • Carlos “Santiago” Henríquez Consalvi (Director)
    • Carlos Colorado (Coordinador de Digitalización)
    • Pedro Durán (Diseñador Gráfico)
    • Jakelyn López (Coordinadora de Archivo)
  • LLILAS Benson
    • Dra. Jennifer Isasi (Becaria Postdoctoral de CLIR) 
    • Albert A. Palacios (Coordinador de Estudios Digitales)
    • David Bliss (Archivista de Ingestión Digital) 
    • Itza Carbajal (Bibliotecaria de Metadatos Latinoamericanos)
    • Theresa Polk (Jefa de Iniciativas Digitales)